A produção mundial de aço somou 1,66 bilhão de toneladas em 2014, aumento de 1,2% em relação ao volume de 2013, segundo dados divulgados nesta quinta-feira em Bruxelas pela Worldsteel, principal associação do setor, que reúne dados de cerca de 170 produtores globais.
A China, maior produtor de aço no mundo, desacelerou seu ritmo nos últimos meses e terminou 2014 com 822,7 milhões de toneladas, crescimento de apenas 0,9% em relação ao ano anterior.
O Japão seguiu na segunda posição com 110,7 milhões de toneladas, ligeiro crescimento de 0,1% em relação a 2013.
O maior crescimento de produção de aço no ano passado foi registrado no Oriente médio. Embora tenha uma pequena participação no volume global (de apenas 1,7%), a região elevou sua produção em 7,7% em 2014, para 28,5 milhões de toneladas.
Nos Estados Unidos, a produção aumentou 1,7% no ano passado e somou 88,3 milhões de toneladas.
Entre as regiões que tiveram queda de produção estão a Europa, com redução de 0,1%, para 312,9 milhões de toneladas; a América do Sul, com uma diminuição de 1,4%, para 45,2 milhões de toneladas; e a África, com queda de 0,7%, para 15,9 milhões de toneladas.
Na Europa, a União Europeia elevou em 1,7% o volume de aço produzido no ano passado, para 169,2 milhões de toneladas, enquanto a Comunidade dos Estados Independentes, que reúne Rússia, Ucrânia, entre outros países, reduziu a produção em 2,8%, para 105,3 milhões de toneladas.
No ranking dos dez maiores produtores, a Índia ficou em quarto lugar e reduziu sua diferença para os EUA, com 83,2 milhões de toneladas de aço em 2014, aumento de 2,3% em relação a 2013.
A Coreia do Sul ultrapassou a Rússia e passou a ser o quinto maior produtor global de aço, segundo a Worldsteel, com 71 milhões de toneladas, crescimento de 7,5% em relação ao ano anterior.
A Rússia produziu 70,7 milhões de toneladas, aumento de 2,6%.
A Alemanha, sexto maior produtor, terminou 2014 com um volume de 42,9 milhões de toneladas, alta de 0,7% em um ano.
Em seguida ficaram a Turquia, com 34 milhões de toneladas, queda de 1,8%, e o Brasil, com 33,9 milhões de toneladas, 0,7% menos do que em 2013. O décimo maior produtor foi a Ucrânia, com 27,2 milhões de toneladas, redução de 17,1%.
Os produtores de aço tiveram em dezembro um índice de utilização de capacidade de 72,7%, bem abaixo da média de 76,7% do ano, o que mostra uma desaceleração recente. Em 2013, a utilização da capacidade produtiva estava em 78,4%, de acordo com a Worldsteel.
Brasil
Com a desaceleração da demanda interna de produtos siderúrgicos e ante a falta de competitividade para exportar, a produção brasileira de aço bruto fechou 2014 com um recuo de 0,7%.
Esse desempenho manteve a indústria do aço no país na nona posição no ranking mundial, atrás da Turquia e apenas à frente da Ucrânia dentre os dez principais países do ano passado.
O Brasil encerrou o ano passado com uma produção de 33,9 milhões de toneladas, 100 mil a menos que o volume fabricado pelos turcos.
A siderurgia brasileira patina nesse patamar há vários anos, operando com uma ociosidade acima de 30% sobre a capacidade instalada das usinas do país, que está acima de 48 milhões de toneladas ao ano.
O mercado interno, para as usinas de aço locais, além de se retrair com a desaceleração da economia, enfrentou a competição de aço importado. Ao todo, entraram no país 4 milhões de toneladas em 2014, abocanhado cerca de 15% do consumo aparente.
Fonte: Valor Econômico