As indústrias químicas nacionais continuam como um dos setores que gistram os maiores déficit da balança comercial. No primeiro semestre, as importações de produtos químicos totalizaram cerca de US$ 19,4 bilhões, enquanto as exportações somaram US$ 7,4 bilhões. Com isso, o déficit na balança comercial do setor ficou em US$ 12 bilhões, aumento de 2,7% sobre o mesmo período do ano passado. Os dados são da Abiquim, entidade que representa as indústrias do setor. As importações subiram 1,9% no período e as exportações cresceram 0,8%.
17,6% do total das importações
Somente em junho foram importados US$ 3,5 bilhões em produtos químicos, elevação de 2,5% em relação ao mês anterior, atingindo novo recorde para o ano. Na comparação com junho de 2011, entretanto, as importações do setor registraram queda de 3,7%. Já as exportações alcançaram cerca de US$ 1,2 bilhão, o que representa queda de 7,8% frente a maio e de 5,1% em relação a junho de 2011. Os produtos químicos responderam por 17,6% de todas as importações (US$ 110,1 bilhões) realizadas no país de janeiro a junho. Os intermediários para fertilizantes, com compras de US$ 3,1 bilhões, foram os produtos químicos mais importados neste semestre.
Déficit cresce 2,7%
O déficit comercial da indústria química brasileira alcançou US$ 12 bilhões no primeiro semestre. O resultado, divulgado pela Abiquim, representa uma expansão de 2,7% em relação aos seis primeiros meses de 2011. As importações cresceram 1,9% no período e atingiram US$ 19,4 bilhões. As exportações, por sua vez, tiveram alta 0,8% para US$ 7,4 bilhões. O incremento das importações neste ano foi impulsionado pelas compras de defensivos agrícolas, com alta de 21,7% para US$ 993,9 milhões, e de elastômeros, com expansão de 23,9%, para US$ 514,1 milhões. Nessa lista também se destacam os medicamentos para uso humano, com alta de 11,3%, para US$ 2,8 bilhões. Principais responsáveis pela importação brasileira, os segmentos de intermediários para fertilizantes e resinas termoplásticas pressionaram o indicador para baixo. As importações do primeiro item encolheram 9,1%, para US$ 3,2 bilhões, enquanto de resinas caíram 8,5%, para US$ 1,8 bilhão.
Petroquímicos básicos
Dentre as exportações, o principal destaque ficou por conta dos produtos petroquímicos básicos, com expansão de 23,9%, para US$ 570,9 milhões. No lado negativo, destaque para os defensivos agrícolas, com retração de 21,2% para US$ 170,1 milhões; intermediários para resinas termoplásticas, com queda de 39,1% para US$ 64,1 milhões, e fertilizantes, com retração de 16,5%, para US$ 106,1 milhões. Principal item da balança exportadora, as resinas termoplásticas encerraram o semestre com vendas 0,2% menores, em US$ 1,1 bilhão. Quando considerados apenas os números de junho, as importações brasileiras alcançaram US$ 3,5 bilhão, no maior patamar deste ano. O valor representa expansão de 2,5% em relação a maio deste ano, mas é 3,7% inferior a junho de 2011. Já, as exportações atingiram US$ 1,2 bilhão, queda de 7,8% em relação a maio e de 5,1%, ante junho do ano passado.
Estabilidade
De acordo com a diretora de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo, “os resultados do primeiro semestre de 2012 da balança comercial de produtos químicos apontam relativa estabilidade do fluxo comercial do País. Uma análise mais cuidadosa, entretanto, remete à preocupação do setor de que são crescentes as importações de produtos químicos produzidos localmente e de maior valor agregado”.
Volume
A análise da diretora da Abiquim é sustentada nos números de venda e compra do setor em volume comercializado. O déficit no semestre encolheu 29,5%, para 7,1 milhões de toneladas. O resultado é consequência da queda de 14,2% das importações, para 13,9 milhões de toneladas, e da alta de 10,9% das exportações, para 6,8 milhões de toneladas. Entre as importações, destaque para a queda de 21,2% na compra de intermediários para fertilizantes, para um total de 6,9 milhões de toneladas. As compras de resinas termoplásticas caíram 8,9% no período, para 981,1 mil toneladas. Na ponta exportadora, chama atenção a alta de 21,5% dos produtos petroquímicos básicos, para um total de 398,2 mil toneladas.
Fontes: Valor Econômico e Diário ABC