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Agricultura Regenerativa: uma perspectiva de modelo de negócio circular

O sistema agrícola atualmente implantado, altamente industrializado, intensivo em produtos químicos, e baseado na monocultura vem trazendo grandes custos para a saúde, os ecossistemas, o clima e a sociedade. Estima-se que, no ano de 2050, a produção de alimentos desta maneira leve a custos de cerca de US$ 6 trilhões e que 80% dos alimentos serão destinados às populações urbanas.

Existe um meio de alcançar um sistema alimentar que forneça alimentos saudáveis ​​e acessíveis para todos de maneira que, ao invés de degradar, regenere os ecossistemas e ajude a reverter as mudanças climáticas. Esta abordagem é chamada de “agricultura regenerativa”, que se baseia em um amplo conjunto de métodos com foco em dois objetivos: a produção de alimentos de qualidade e o aprimoramento do ecossistema.

A agricultura regenerativa reconhece a complexidade e resiliência dos mecanismos e processos por trás da ‘tecnologia natural’ do planeta. Através dela, a produção agrícola será capaz de atender à crescente população das cidades sem afetar negativamente o meio ambiente. Exemplos de práticas regenerativas incluem a mudança de fertilizantes sintéticos para orgânicos, o emprego da rotação de culturas e o uso de maior variação de culturas para promover a biodiversidade. Diversos tipos de práticas agrícolas, como agroecologia, pastagem rotativa, agrossilvicultura, agricultura de conservação e permacultura, se enquadram nesta definição.

Um case de sucesso é o modelo integrado de produção de arroz de Takao Furuno, que se baseia na simbiose de um ecossistema complexo. As mudas de arroz são plantadas em arrozais inundados onde são introduzidos patos, que se alimentam dos insetos considerados como pragas em arrozais. Além de controlar os insetos e ervas daninhas, as patas dos patos oxigenam a água, estimulando o crescimento das raízes das plantas de arroz. Também são inseridos ao ecossistema peixes e plantas marinhas responsáveis pela fixação do nitrogênio do ar, importante para o crescimento saudável do arroz, sendo um substituto natural dos fertilizantes de origem fóssil. Os excrementos de peixes e patos fornecem nutrientes adicionais de que o arroz necessita para florescer.

Com isso, através deste modelo simbiótico, a produção de arroz apresenta um aumento de 20 a 50% em relação ao método de monocultura tradicional, e leva à geração de uma variedade de produtos alimentares adicionais, como ovos de pato, peixe, carne de pato, vegetais, trigo e figos. Esta sinergia orgânica de muito sucesso faz com que Furuno desfrute de uma renda anual três vezes superior, de US$ 160.000.

Outro case muito interessante é o da Native Alimentos, que desenvolveu o Projeto Cana Verde: um sistema sustentável de produção de cana-de-açúcar. Neste sistema de produção, desenvolvido pelo Grupo Balbo, o maquinário de colheita também promove a deposição da palha verde sobre o campo, criando uma cobertura que protege o solo da erosão e da insolação e promove a reintrodução de nutrientes. Além disso, os subprodutos gerados na indústria alcooleira, como vinhaça, torta de filtro e fuligem, são utilizados como fertilizante.

Devido aos longos ciclos de produção de um canavial, onde o solo é revolvido apenas a cada 6 ou 7 anos, é empregada uma rotação de culturas com adubos verdes que auxiliam na fixação de nitrogênio, um macronutriente importante para o desenvolvimento da cana. Além disso, as máquinas e veículos empregados no campo possuem esteiras e pneus de alta flutuação, minimizando a compactação do solo.

A integração dessas técnicas ao longo do tempo, aliada à total supressão do uso de pesticidas e fertilizantes químicos sintéticos, enriquece o solo com microrganismos benéficos e auxilia na qualidade da produção. Com o emprego deste sistema orgânico pleno, a empresa adquire um produto de excelente qualidade e obteve aumento de sua produtividade agrícola, superando a média obtida nas plantações de São Paulo.

É interessante ressaltar que, além dos ganhos de produtividade agrícola e de receita, as abordagens regenerativas podem levar a benefícios sistêmicos, como a maior resiliência, mitigação do impacto da produção industrial na saúde e redução de emissões de carbono.

Referências:

Ellen MacArthur Foundation. Cities and Circular Economy for Food. 2019. Disponível em: <https://www.ellenmacarthurfoundation.org/assets/downloads/CCEFF_Full-report-pages_May-2019_Web.pdf>. Acesso em: Nov. 2020.

Jeffries, N. Regenerative agriculture: how it works on the ground. 2019. Disponível em: <https://medium.com/circulatenews/regenerative-agriculture-how-to-grow-food-for-a-healthy-planet-9a5f637c0f3e>. Acesso em: Nov. 2020.

Native Alimentos. Método de Produção – Exemplo de Agricultura Orgânica Regenerativa. Disponível em: <https://www.nativealimentos.com.br/nosso-mundo/projeto-cana-verde/metodo-de-producao>. Acesso em: Nov. 2020.

Shamengo. Disponível em: <https://www.shamengo.com/fr/pionnier/160-takao-furuno/>. Acesso em: Nov. 2020.

Imagem: Unsplash

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