O primeiro carregamento da história de “shale gas” deve chega na Grã-Bretanha em menos de 24 horas após o Partido Trabalhista do país prometeu banir o “fracking”, método pelo qual o gás e combustíveis líquidos são extraídos do subsolo. Os navios-tanque, que transportam 27.500 m³ de etano proveniente de campos de extração de gás de xisto dos Estados Unidos, é destinado para a planta petroquímica da empresa Ineos, na cidade de Grangemouth. A Ineos Group Limited é uma empresa multinacional privada de produtos químicos com sede em Rolle, na Suíça, e em Hampshire, no Reino Unido.
O gás de xisto irá substituir o decrescente fornecimento de gás natural proveniente do Mar do Norte, onde a produção caiu 60% nos últimos 10 anos. O carregamento representa o primeiro retorno do investimento de US$ 2 bilhões por parte da Ineos, com 8 navios-tanque que criarão um “oleoduto virtual” oriundo dos Estados Unidos. O etano será alimentado em “crackers”, que convertem o gás para eteno, utilizado na produção de uma gama de produtos plásticos.
Segundo a Ineos, o ‘shale gas’ pode ajudar a reverter o declínio da indústria na Grã-Bretanha. Embora a empresa tenha começado com a importação do gás dos Estados Unidos, onde a oferta do produto é maior que a atual demanda no país, é provável que a empresa se torne uma líder na exploração desse produto, caso a extração comece a deslanchar na Grã-Bretanha. Essa opção ainda está em aberto, visto que o Partido Trabalhista do país promete investir em fontes de energia de baixo carbono, caso vença a próxima eleição geral, além de recentes contratempos com a obtenção de licenças de “planning permission” para as áreas de extração por parte da empresa.
O ‘fracking’ é uma técnica de extração de gás controversa que envolve a injeção de água e produtos químicos sob alta pressão em rochas de xisto, forçando gás preso dentro para a superfície. Os críticos do processo dizem que ele provoca problemas ambientais, incluindo poluição do lençol freático e também foi acusada de causar terremotos, enquanto os simpáticos ao processo argumentam que o gás de xisto poderá ajudar a controlar os preços de energia, além de oferecer uma maior segurança para a Grã-Bretanha caso suprimentos de energia do exterior sejam interrompidas.
Fonte: MaxiQuim