A Petrobras informou, através de um comunicado nessa terça-feira (21), que amargou um prejuízo líquido de R$ 14,824 bilhões no ano de 2016. Esse foi 3º ano consecutivo de resultados negativos. O destaque positivo ficou por conta da redução do endividamento: em 2015 a estatal registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões, e em 2014 as perdas somaram R$ 21,6 bilhões. No quarto trimestre de 2016, a Petrobras esboçou uma reação puxada pela melhora do lucro operacional e do resultado financeiro líquido. Com isso, fechou o período com um lucro de R$ 2,510 bilhões.
No comunicado, a Petrobras atribuiu o novo prejuízo em função, principalmente, do impairment (reavaliação de ativos da companhia e de investimentos), no valor total de R$ 20,89 bilhões. Na prática, a estatal reconheceu que seus ativos valem menos e lançou isso no seu balanço financeiro.
Esse prejuízo registrado no ano que passou pode gerar novos questionamentos de investidores na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a xerife do mercado financeiro. Pela Lei das Sociedades Anônimas, ao registrar o terceiro resultado negativo consecutivo, a empresa é obrigada a dar direito a voto aos donos de ações preferenciais até que volte a lucrar. No caso da Petrobras, isso significa que o controle sai das mãos da União e passa a ser compartilhado com grandes grupos privados, em sua maioria, estrangeiros. A companhia, no entanto, entende que a Lei do Petróleo (9.478/97) protege os direitos do governo. Na coletiva de apresentação de resultados da estatal, o presidente da petroleira, Pedro Parente, afirmou que não haverá mudança no direito de voto dos preferencialistas.
Com mais um resultado negativo, esse deve ser também o terceiro ano seguido em que a Petrobras não paga dividendos aos seus acionistas.
A produção média de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu em 2016 recorde histórico anual, alcançando 2.144.256 barris por dia (bpd), um aumento de 0,75% ante o ano anterior.
Para explicar a melhora do desempenho no fim do ano, a Petrobras destacou a substituição do processamento do petróleo leve importado pelo óleo do pré-sal de alta rentabilidade, que, junto de uma nova política de preços internos, contribuiu para melhorar as margens da gasolina e do óleo diesel.
A estatal informou ainda que houve uma redução de 12% do número de empregados da companhia na comparação com 2015, após um Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário. A Petrobras fechou 2016 com 68.829 funcionários. Parente afirmou nesta terça que a empresa não tem planos de novas reduções do quadro.
Fonte: Maxiquim