Após mais de 5 anos de pesquisa, Evonik, uma empresa de especialidades químicas sediada em Essen, na Alemanha, é a primeira empresa no mundo a utilizar biotecnologia para a produção de surfactantes de origem renovável, utilizados em produtos como shampoo, gel de banho e produtos de limpeza.
Os primeiros produtos de limpeza doméstica contendo o biossurfactante da Evonik já estão nos supermercados, disponíveis para os consumidores. Os produtos contêm soforolípidos, que são produzidos por uma levedura que pode ser encontrada no mel de abelhas, entre outras fontes. Evonik pretende explorar outras aplicações soforolípido. A empresa produz soforolípidos na Eslováquia, em sua unidade de biotecnologia, e também possui planos para desenvolver e comercializar uma outra classe de biossurfactantes, conhecidos como rhamnolipídeos, materiais que têm propriedades de formação de espuma excepcionais e devem fornecer aplicações adicionais. Uma planta piloto em construção na unidade da Eslováquia irá produzir rhamnolipídeos através da fermentação, onde serão utilizadas bactérias no processo em vez de leveduras.
Segundo a Evonik, os biosurfactantes atendem a todos os requisitos de surfactantes; possuem boas propriedades de limpeza, são suaves sobre a pele e completamente biodegradáveis. Estes materiais também são suaves para os organismos aquáticos, como as algas. Os surfactantes permitem que óleo e água se misturem, o que torna possível a remoção de gordura usando apenas água e detergente; sem surfactantes não seria possível manter padrões de limpeza e higiene. Os surfactantes, também chamados de agentes tensoativos, são produzidos quase exclusivamente por meio de processos sintéticos utilizando matéria-prima derivada de petróleo ou óleos tropicais, tais como óleo de semente de palma e óleo de coco. No entanto, microrganismos como leveduras e bactérias podem produzir bons tensoativos, ampliando significativamente a fonte de matéria-prima.
A utilização dos biosurfactantes já era utilizada em algumas aplicações especiais, tais como limpeza de praias contaminadas com óleo. Uma das razões é que alguns microorganismos podem produzir biosurfactantes, mas não em escala industrial. Outra razão é que a tecnologia para a produção é extremamente complexa, pois durante a produção no fermentador a formação de espuma é bastante problemática e não pode ser completamente evitada. Evonik, no entanto, têm desenvolvido soluções para o controle do processo que minimizam com sucesso a formação de espuma indesejada na produção do fermentador, tornando possível a produção em escala industrial.
Fonte: MaxiQuim